terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Dos Ardores N(S)oturnos



"Fez um silêncio branco... E aquele
Que não morou nunca em seus próprios abismos
Nem andou em promiscuidade com os seus fantasmas
Não foi marcado. Não será marcado. Nunca será exposto.
Às fraquezas, ao desalento, ao amor, ao poema.

( Manuel de Barros, em "Zona Hermética", no livro Poesias)





Se te ausentas há paredes em mim.
Friez de ruas duras
E um desvanecimento trêmulo de avencas.
Então me amas? te pões a perguntar.
E eu repito que há paredes, friez.
Há molimentos, e nem por isso há chama.
DESEJO é um Todo lustroso de carícias
Uma boca sem forma, um Caracol de Fogo.
DESEJO é uma palavra com a vivez do sangue
E outra com a ferocidade de Um só Amante.
DESEJO é Outro. Voragem que me habita.
(Hilda Hilst, poesia VIII, no livro "Do Desejo")


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