quinta-feira, 1 de março de 2012

Bus_Car

                                      Só me procure, onde não puder achar.
                                                                         Sou Lírico_Eu
                                               



Procuro-ME. E para ser feliz tenho tentado não me achar. A minha dor se chama busca. E perco-ME-cada-vez-mais. Álcool. Risadas. Conversas banais. Trabalho. Corpus teórico e corpos empíricos. Yoga. Pilates. Meditação. CinemoTerapia. Dissolvo o tempo. Tenho uma mala vazia e estou partindo há muitos meses. Existe uma porta e não consigo abri-la. Alguém aparecerá?

Procura-SE. O complemento que não há. Sinto um movimento por perto, mas estamos longe. Há alguém que não procura? Busco-Me_n_TI. Vamos lá, energia positiva! A cura: 1.200 volts no meu cérebro, 3.500 no coração. Uma loucura, tudo isso é um barato. Fórmulo questões quase óbvias: quem pode achar o que não existe? Sou sujeito e objeto transitivo-complexo. Não consigo abrir a porta. Tenho pânico. Alguém aparecerá?

Procura-MOS. De que serve a lei da gravidade se os corações não convergem para o centro? Vou apagar a luz. Todos caem. Agora posso respirar. Nem preciso esperar. Vou ficar aqui. Mas a porta... Depois que se vê, não é possível voltar atrás. Alguém aparecerá?

Complexos-Paradoxos-Dispersos. O que é a procura, senão ME desejando-TE para perder-NUS. Discursos auto-po(i)é_ticos. Amor intelecto-sexual. Chico, Café e Chocolate. Sorrisos sem tempo. Poesia na mesa. Comidas na cama. PenetrA_ção de vazios. Perco-me em versos, em prosa te crio. E descubro: não há que se procurar alguém na poesia do vazio. Mas alguém aparecerá?

Trago o cigarro, soU_Rio languidamente e deságuo no mar.
Vou pedir ajuda à Iemanjá.
Para navegar.



[Aumento o som]





Rodrigo Braz   2/3/2012    2:24h