Traguei o vinho
como se fosse
toda dor
dos amantes abandonados.
Liguei o rádio.
Bethânia cantava
sem pudor:
"Perdi-me do nome,
Hoje podes chamar-me de tua,
Dancei em palácios,
Hoje danço na rua.
Vesti-me de sonhos,
Hoje visto as bermas da estrada,
De que serve voltar
Quando se volta para o nada.
[...]
E a distância até ao fundo é tão pequena,
No fundo, é tão pequena,
A queda.
E o amor é tão longe*”.
No fundo, é tão pequena,
A queda.
E o amor é tão longe*”.
E o amor é tão longe...
porque de tão perto
a gente sempre passa.
*
*
*
E morre na faixa.
* Música de Pedro Abrunhosa.
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